Com 4 anos passados desde o sucesso do filme original, Toy Story 2 impressiona mais uma vez pela evolução dos gráficos, mas a Pixar deixou claro que fazer um filme visualmente belo não era a única intenção.
Passado algum tempo após a aventura do primeiro filme voltamos ao quarto do Andy, que agora está com um clima mais leve já que a rixa entre Buzz e Woody deu lugar a uma grande amizade e parceria na "liderança" dos brinquedos.
Woody está muito ansioso com o Acampamento Cowboy, uma ótima oportunidade para passar um tempo sozinho com Andy, mas às vésperas da viagem durante uma brincadeira (morte pelos macacos!) Andy acidentalmente causa um rasgo no braço de Woody e resolve deixá-lo em casa.
Desapontado, Woody novamente teme ser deixado para trás chegando a ter pesadelos com isso (idéia reutilizada do primeiro filme). Ao tentar salvar outro brinquedo de uma venda de usados, o pinguim Wheezy, Woody acaba sendo raptado por Al, um colecionador de brinquedos extremamente ganancioso.
Enquanto tenta escapar o cowboy conhece um pouco sobre sua história, ele descobre que é um boneco do personagem principal de um programa de Tv dos anos 1950, o Rodeio do Woody, que foi cancelado quando começou a corrida espacial. Agora ele é um boneco raro e muito valioso do xerife Woody que será vendido para um museu de Tóquio.
Na casa de Al, Woody conhece seus companheiros de show, o doce cavalo Bala no Alvo (cavalo-cão né =P), a hiperativa cowgirl Jessie e o mineiro Pete Fedido.
Ao conhecer um pouco da história de Jessie, Woody se vê em um dilema: ser admirado por milhares de crianças para sempre, mas nunca ser amado novamente, ou voltar para Andy e correr o risco de ser esquecido conforme o garoto vai crescendo.
Tudo isso mesclado é claro com cenas hilárias de Buzz liderando uma busca com os outros brinquedos.
Toy Story 2 é ousado e delicado como o primeiro. Com cenas de ação mais abrangentes, novas tecnologias e um roteiro bastante simples mas que novamente tem um conflito pesado, o medo de ser abandonado e a dúvida entre uma vida completa que dure pouco ou uma eternidade segura, porém vazia.
A presença dos três novos personagens é fundamental para representar todos os tipos de sentimentos que podem ser vividos por esses brinquedos. Há o Bala no Alvo que se sente sozinho e está ansioso para voltar a brincar com uma criança, Jessie, que foi ferida pelo abandono (o grande medo de Woody) e teme viver esse sentimento novamente, Pete que passou pela frustração de nunca ter sido vendido e nunca ter sido amado por alguém e o próprio Woddy, que ainda tem uma criança mas teme o que está por vir.
Os outros personagens ganham espaço em cenas mais movimentadas e bem humoradas como na maravilhosa cena na qual Buzz encontra uma cópia dele mesmo que ainda pensa ser um patrulheiro espacial (ele pode até se sentir o Buzz do futuro [ou presente, sei lá] encontrando o Buzz do passado). Há também o encontro com a sessão das Barbies e com o arqui-inimigo de Buzz, o imperador do mal Zurg!
E por falar nisso, é bom lembrar que Toy Story 2 é um filme cheio de referências a vários outros filmes clássicos como Superman, O Exorcista, Star Trek, 2001- Uma Odisséia no Espaço, Star Wars e muitos outros. E todas elas feitas de maneira natural e muito divertida.
Agora, sobre o Buzz, é legal ver como a descoberta de que é um brinquedo mudou a sua personalidade (coisa que não temos muito tempo de notar no primeiro Toy Story). Ele apesar de manter sua boa postura na liderança dividida com Woody, está bem mais solto, realmente preocupado com o bem estar dos brinquedos e de Andy. Prova disso é o momento em que ele conversa com Woody sobre a razão deles existirem e "toca a real" para o cowboy de que ele é um brinquedo, o brinquedo de Andy, invertendo os papéis dos dois no segundo filme, já que agora é Buzz quem está com a cabeça no lugar.
Apesar de tudo isso não perdemos as cenas cômicas de Buzz (ou de seu clone) se achando o patrulheiro espacial (ou o Luke Skywalker =X)
Uma das partes mais emocionantes do filme é a cena em que Jessie conta sua história através da música Quando Eu Era Amada que mostra a relação de amor com sua dona e como ela é aos poucos deixada de lado. (parte legal também porque é uma das únicas cenas em que ela está calada ¬¬)
A trilha sonora fica novamente a cargo de Randy Newman com a bela composição de When She Loved Me (vencedor do Grammy de Melhor Canção) e Woody's Roundup.
A dublagem brasileira continua excelente, apenas com algumas mudanças como Marco Ribeiro dublando Woody, dessa vez desde a versão original pra cinema no lugar de Alexandre Lippiani, falecido em um acidente de carro (há pouca diferença na verdade porque Marco Ribeiro deu um tom à voz de Woody bem parecida com a original). E Alfredo Martins como o Sr. Cabeça de Bata, dando um tom mais ameno ao rabugento tubérculo, o que até combinou já que ele está mais feliz agora que se casou (eu sou um tubérculo casado!)
Há quem diga que Toy Story 2 é melhor que o primeiro, eu também achei isso quando assisti a primeira vez no cinema, hoje já não acho mais (seria culpa dos meus poucos nove aninhos de vida?). O filme é tecnicamente melhor que o primeiro, isso sem dúvida alguma, é mais engraçado, mais ousado e pode até ser considerado mais leve já que o protagonista agora não sofre com conflitos que possam afetar a sua moral (pelo contrário, Woddy acaba se tornando cada vez mais carismático). Mas o primeiro filme ainda tem um sabor mais especial em diversos aspectos (mas isso é só a minha opinião).
De qualquer maneira, o filme é recomendável para todas as idades, todas a gerações e todos os gostos. Portanto, divirtam-se. ;*
Download da trilha sonora aqui: 2D Disney Music!
Para mais informações sobre ficha técnica e posters bem legais visite Tags Disney, créditos ao site pelos posters do filme ;P
(Imagens retiradas do Google, se você é o autor, por favor me avise para que eu possa creditá-las ;])