menu

Review: Esquadrão Suicida

Quando o primeiro trailer de Esquadrão Suicida foi lançado fiquei com a expectativa lá no alto. Música legal, cenas interessantes de personagens ainda mais interessantes, a coisa parecia promissora.
Com os novos trailers, um pouquinho mais da trama foi sendo revelado, a identidade visual do filme foi mudando, mas ainda parecia algo que valia a pena ser visto, e todas aquelas notícias do que rolava pelo set de filmagens, dia sim e e outro também, só faziam aumentar a expectativa. E de fato o filme é bastante divertido, mas é praticamente só isso.


Introduzir um grupo relativamente grande de personagens quase que desconhecidos do grande público em apenas um filme não é uma tarefa fácil, admito. Mas a introdução de Esquadrão Suicida não passa de uma ficha de personagens animada e com sonora jogada na cara do expectador, empatia 0.
Apesar do começo um pouco frustrante, no qual você espera ver mais da história daquele grupo, a introdução é bastante contagiante, já que a trilha sonora é o grande trunfo dessa etapa do filme. Após isto, o tom muda um pouco para algo ligeiramente mais ameaçador e menos colorido, mas ainda sim não muito intenso.


A dinâmica entre alguns personagens acaba sendo bem divertida. Will Smith está ótimo como Pistoleiro e, embora pareça que seu arco se encerrou nesse filme, é um personagem com potencial para ser explorado. Capitão Bumerangue, apesar de até agora não ficar muito claro quais são suas habilidades (boas o suficiente para fazê-lo integrar o Esquadrão), é um ótimo alívio cômico (não que o filme precise de mais disso).

Arlequina (junto com Amanda Waller, se ignorarmos a grande bosta que seu plano é), se provou o grande ponto alto do filme. Apesar de pouco ter sido mostrado sobre seu passado, a personagem nos deixa com vontade de quero mais, muito provavelmente pela boa atuação de Margot Robbie, que de fato entrou na personagem. Confesso que a princípio estava na dúvida se sua falação a tornaria irritante ou carismática, felizmente a segunda opção se provou verdadeira.


Se a "mocinha" do filme foi um bom acerto, a grande ameaça por sua vez não agrada tanto, Magia não sabe bem a que veio e para uma grande divindade de tempos passados, sua forma não está das melores. Me refiro à Magia como ameaça, pois a verdadeira vilã da história, que tem cara, pose e discurso de vilã, é Amanda Waller, aliás, Viola Davis está ótima no papel.

Agora...precisamos falar sobre o Coringa.
Honestamente, em nenhum momento cheguei a ser convencida pelo visual do vilão, mas desconsiderei. Uma pena esse ser o menor dos problemas do Coringa. Não acredito muito que o problema seja o Jared Leto, o moço é bom e já sabemos disso, mas essa nova leitura do personagem, seus trejeitos, motivações e, principalmente, sua relação com a Arlequina estão todas colocadas em um contexto muito errado.


É bom lembrar que Harley Quinn nasceu de uma relação abusiva com o Palhaço do Crime, que nunca teve grande consideração por ela. No filme, estão os dois são retratados como um casal de malucos que realmente se gosta, e ok, eu aceito isso...talvez uma releitura nova, aliviar a questão do abuso para um publico mais jovem, pode ser algo aceitável (embora não condizente com todas as facetas já apresentadas do palhaço), mas o grande problema é a oscilação do personagem. Em uma cena ele parece estar super preocupado com ela, em outra anterior a abandona à própria sorte, em outra antes quer deixá-la mas sente uma espécie de peso na consciência... Joker, se decida!
Seja como for, o método não deu certo.


Como disse no começo, a expectativa para esse filme era grande, mas todas as críticas negativas em cima de Batman vs Superman fez com que os estúdios freassem a originalidade e fosse por um caminho mais seguro, alegre, feliz e sem polêmicas. Isso pode ser facilmente notado aos assistirmos aos três trailers em seguimento, e também comparando a arte oficial do filme, que mudou desde seu anúncio. Sem contar a notícia das refilmagens e cortes, apenas de assistir aos trailers podemos ver cenas que foram refeitas com diálogos diferentes e diversas cenas que não estão na versão finalizada. Não foi um tiro no pé, pois toda a falação tem levado MUITA gente aos cinemas, mas em termos de roteiro, melhor focar na trilha sonora.


Em resumo, me sinto um pouco enganada pelo que foi prometido do filme e pelo que foi entregue, adoraria ver a versão longa do primeiro trailer, quem sabe um dia numa versão do diretor. Mas, embora tenha muitas ressalvas sobre o filme, preciso admitir, ele diverte. Ninguém vai sair desanimado do cinema ou ficar entediado durante a sessão, principalmente em uma sala 3D, pois o visual é incrível e, como citado anteriormente, a trilha sonora também.

2 comentários:

  1. Eu gostei do filme apesar dele se apresentar meio perdido ou misturado. Alguns personagens realmente ficaram sem explicação e também tenho a mesma sensação de que a verdadeira vilã do filme foi a Amanda Waller. Acho que o medo de não atingir o sucesso esperado fez com que mudassem tanto o filme. E mesmo gostando do filme eu queria ter visto a versão original.
    Beijinhos ♥

    Contadora de Histórias

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é, eu não achei um filme bom em termos de roteiro e montagem (os efeitos, figurino, trilha etc são ótimos), mas eu achei ele bem divertido e veria de novo, então posso considerar que gostei xD
      Mas realmente, queria ter visto as outras versões gravadas, sou curiosa.
      Beijinhos!

      Excluir